Tudo
que eu queria pra essa madrugada
Era
acreditar no fim dessa angústia
No
bom convívio com um corpo que,
Entre
tantos corpos, ousou ser o meu
Tão
inocentemente transgressor
Tão
violentamente oprimido
Renegado
do Olimpo
Tudo
que eu queria pra essa madrugada
Era
acreditar que toda essa angústia
É
fruto de uma paranoia indigna de uma sociedade justa
Que
meus ancestrais não foram explorados
Que
sua auto estima não fora esmagada
Com
o tacape da ditadura magra e branca
Com
a arte do afogamento
Através
do afago
Um
rosto tão bonito...
Um
corpo tão errado,
tão
assimetricamente persistente
Tudo
que eu queria pra essa madrugada
Era
acreditar que há beleza no estranho
Tesão
no grotesco
Em
definições mais valorizadas que as do abdome
Que
o nariz horizonte é tão belo quanto o adiante
Que
o cabelo crescente ao norte é uma coroa natural
Digna
das pálidas rainhas com cabelos crescentes ao sul
Que
pra cada besta, existe um príncipe oculto
Visível
até a olho nu
Por
falar em nu...
Acreditar
que cada corpo tem o direito de se expor
Pois
tamanho não é mais documento
Pretos
ou brancos, redondos ou retos,
Somos
todos deliciosamente belos
Ardentemente
desejos
Fatalmente
humanos
*escrito
em 14 de agosto de 2013
**
pouco mudou de lá pra cá...
#pretoegordo
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2 comentários:
Assim você me arrebenta, moço!!
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