domingo, 19 de julho de 2015

Cara bicha branca, gosto muito da sua amizade, mas não quero que a gente confunda as coisas...

Após demonstrar afeto (confesso que de maneira excessiva) a um estimado amigo e companheiro (branco e lindo, diga-se de passagem) pelo qual nutro um grande carinho, ouvi essa frase. Confesso também que não foi a primeira vez que a ouvi e que nem só bicha branca me falou, mas "coincidentemente", todas essas pessoas apresentavam algum tipo de privilégio (seja a própria cor de pele, um cabelo liso, um abdome definido, etc...). Destaco a categoria "bicha branca" por ter acontecido muito mais frequentemente com elas e por uma clara (com o perdão do trocadilho) demarcação política.

Cara bicha branca, gostaria de demarcar que há algum tempo tenho evitado qualquer coisa na perspectiva afetivo-sexual com homens brancos porque, dentre outros fatores que envolvem o mar de privilégios no qual vocês confortavelmente nadam, vocês se demonstram frequentemente cheios de certezas. Sei que no seu imaginário o fato naturalizado de que vocês são obrigatoriamente um objeto de desejo e que, inseridos na cultura do desprezo, isso os coloca numa posição superior (na relação desejante x desejado), dificulta a compreensão de que pessoas que não seguem um padrão de beleza (que é branco, masculino, magro, etc) podem ser simplesmente afetuosas e não necessariamente desejantes no aspecto sexual.

A questão, cara amiga bicha branca, é que a "cultura moderninha"(na qual a cultura do desprezo que falei lá em cima se insere) na maneira de lidar com relacionamentos não contempla a minha negritude, entende? Como já abordei anteriormente nesse blog, eu acho válida qualquer forma de desconstrução , mas, como também já falei antes, são caminhos paralelos o que vocês, brancos, se utilizam e o que eu, negro, utilizo. Quando vou numa festinha e vejo uma galera se pegando sem compromisso, eu acho massa porque o que está sendo questionada ali é a lógica da monogamia compulsória, que é cruel e estruturante para o patriarcado.

A questão é que pra mim, preto,tais posturas nessas festas não apresentam nada de novo ou revolucionário, pasme! Sabe por que? A bicha preta sempre foi sinônimo do sexo fácil, do fetiche porque nos reduzem a um pauzão ou sei lá o que. A luta pela liberdade de pegar quem quiser só é válida pra vocês, brancos, logo, a preocupação com o "ser viado mas não ser promíscuo" e a ruptura com essa lógica perversa é uma regra exclusivamente sua, pois o que se espera da bicha preta é justamente a vulgaridade, o sexo sujo, a extra-conjugalidade, "ser a outra"e nos reduzirem à forma animalesca e viril do "pauzudo".

Creio que nenhuma dessas opiniões pessoais é novidade para leitorxs desse blog.

É nesse ponto que eu quero explicitar de forma mais evidente qual o meu "problema" com você, cara amiga bicha branca. Estamos necessariamente, estrutural e historicamente buscando coisas diferentes. Acho que a palavra chave para introduzir esse ponto é a tal da simetria. Peço licença (as usual hehehe) para contar um pouco de como compreendi minimamente a questão da simetria. Quando reflito sobre minhas relações afetivo-sexuais com homens brancos (com mulheres teve outra conotação), consigo perceber um "que" (eufemismo detected) de abuso sentimental que acabou demarcando precisamente qual, usualmente, o papel do homem negro nessas relações: a subjugação. Por outro lado, queria contar sobre uma relação bem bonita, embora passageira que tive no começo desse ano. Posso dizer que o fato de ele não ser branco foi bem importante na construção. Não foi uma experiência afrocentrada, mas interracial sem a participação branca, pois o menino em questão é amarelo. Uma das belezas dessa experiência foi o fato de termos conseguido enxergar as especificidades das situações não privilegiadas em que nos encontramos. Basicamente, enquanto eu sou preterido, ele é fetichizado. Era demasiadamente prazeroso, ao menos para mim, quando chegávamos nesse assunto.Ter sido sensível às especificidades dele me deixou alerta para algo que simplesmente não percebia: o "portador (cisgênero) de um pau" (tão veementemente valorizado "no meio") só é levado em conta quando ele é branco (fazendo o adendo de que no "universo gay" indígenas são inexistentes), caso contrário, são indivíduos sem identidade portadores de um pau grande ou pequeno.  Vários amigos quando souberam que eu tava ficando com o rapaz em questão automaticamente recorriam ao tamanho do pau com certo desdém e curiosidade. Nunca tinha me atentado até então que um gay asiático é sempre reduzido a um pinto pequeno e outros estereótipos bizarros. Posso garantir com toda a certeza de que o reconhecimento do meu parceiro como uma figura (ao menos potencialmente) oprimida deu um up na relação, ao menos nesse caso em que se tratava de pessoas lutando contra a imposição de uma hegemonia. Imagino que chegar a esse tipo de compreensão não seja algo tão fácil para você, cara amiga. Não porque você, bicha branca, seja (necessariamente) malvada, mas porque o seu privilégio lança uma nuvem de fumaça que dificulta a enxergar essa complexidade: o quanto nós, negros, somos carentes de representações positivas na mídia, nas escolas e, pasme, na própria militância; o quanto a nossa auto-estima é esmagada em aplicativos de pegação, nas baladas, etc, pelo simples fato de que a nossa imagem raramente é associada ao padrão desejado inclusive por você, amiga, que tende a justificar o seu racismo, misoginia, gordofobia, etc com uma "questão de gosto".

Admiro a sua desconstrução adotando a postura da pegação sem compromisso (sem ironias), mas acredite, há quem esteja cagando para essa postura, não por caretice, mas por escolha e até mesmo cansaço. Não sou careta, sou tão descolado que me permito expressar afetividade a ponto de você confundir as coisas (agora sim soou irônico, não?). Peço, no entanto, encarecidamente que não me confunda com seus branco. Não sou desses, não tenho como ser. Por favor, não me ache piegas quando eu te contar sobre meus sonhos de casar e constituir uma família, sabe por que? Pretos não casam. Se para você isso é tão óbvio quanto uma operação matemática simples, para nós, que estamos na categoria "bicha preta", isso soa um tanto distante da realidade por uma infinidade de motivos, sendo alguns deles citados nesse texto. Não excluo totalmente a possibilidade de me relacionar com homens brancos, pois acredito em caras capazes de respeitar a minha negritude (generalizações tendem a ser burras na minha humilde opinião). Mas até você me provar que é capaz de fazê-lo e estar ao meu lado no combate a essas opressões da qual você está historicamente e estruturalmente ileso, não ache que o meu afeto tem segundas intenções.

Por fim, estamos procurando por coisas diferentes, portanto não tem chance alguma de eu confundir as coisas. Aproveito para deixar claro que politicamente te quero ao meu lado, pois acho que os seus privilégios, a sua legitimidade, o espaço que você tem garantido podem ser utilizados de uma maneira muito positiva na nossa causa (negra). Será sempre um prazer te ter como apoiador. Falando agora sobre sentimentos, saiba que gosto muito da sua amizade e que cultivá-la significa convivência cotidiana com certas garantias como: respeitar meu espaço, minha luta, minha negritude! Não quero que a gente confunda as coisas... desejar algo além de amizade com quem tem a capacidade de formular esse tipo de pensamento é algo próximo de trair meus irmãos e primos de cor (sejam eles pretos, vermelhos ou amarelos) e, com todo o respeito: tô fora.

Beijos sem confusão e com muita luta!

#pretoegordo

24 comentários:

Anônimo disse...

vc precisa aumentar sua autoestima.

Túllio Maia disse...

Eureka!

Túllio Maia disse...

Nota de escurecimento sobre "Cara bicha branca, gosto muito da sua amizade, mas não quero que a gente confunda as coisas..." Parte 1
Primeiramente gostaria de agradecer à galera que leu e conversou comigo a respeito. Em menos de 48h, já são mais de 350 visualizações, ultrapassando a publicação até então mais acessada: " O 'amor livre' e a bicha preta". Como senti um tom repetitivo nas perguntas, sinto que algumas coisas não foram ditas no texto e pretendo escurecê-las por aqui.Destacarei os pontos que mais me chamaram a atenção:
- O que está colocado no texto não é uma realidade exclusiva de LGBT's negrxs
- Como a pessoa que colocou isso pra você reagiu ao texto?
- Você precisa aumentar sua autoestima
Acho que uma coisa que talvez não tenha sido explicada é que o Blog "Preto e Gordo", que é fruto de reflexões cotidianas que só foram possíveis através de colocações e desabafos que vieram de outras categorias, como gays não-negros, mulheres negras, pessoas gordas mas não necessariamente negras e etc. O blog, portanto, é um grande paralelo dessas insatisfações com um sistema que hegemoniza vários padrões, dentre eles o de masculinidade e beleza. A diferença do "preto e gordo" para esses outros blogs é que o único autor do blog sou eu e as experiências lá colocadas são exclusivamente minhas. Portanto, não falo pelo movimento LGBT ou pelo Movimento Negro, mas como um sujeito oprimido e sobre sua própria maneira de interpretar essas impressões.
Escurecido esse ponto, é importante ressaltar que, uma vez que não busco por grandes teorias englobantes ou formulações universais, é importante ressaltar que um "não" no sentido afetivo-sexual para quem quer que seja deve ser pensado com algum tato, com alguma sensibilidade. Embora alguém em uma situação privilegiada receba muitos "nãos", o universo branco, magro, heteronormativo e etc favorece uma legião de "sins" (acabei de me dar conta que se pode fazer trocadilhos com pecados ein, ein?)que, embora não curem a dor de um "fora", facilitam um processo de deixar a pessoa bem resolvida em outros aspectos. Usando um exemplo bem idiota: É muito mais fácil pra uma mulher branca que ela seja bem sucedida profissionalmente e que vá curar as mágoas amorosas em Paris que para uma mulher negra. Portanto, meu texto foi muito mais um apelo para as pessoas brancas e que seguem o padrão hegemônico de beleza que consigam ter esse tato que é duplo: 1- nem todas as pessoas que se aproximam de vocês estão te desejando sexualmente;2- Considerando que existisse esse interesse (vai que acontece né?), é bem provável que uma pessoa negra e gorda encare um "fora" de uma maneira diferenciada, pois muitxs de nós (obviamente não todxs) já temos muitos "nãos" desde que nascemos; um "não" em seu sentido afetivo-sexual, do qual, acreditem, muitxs de nós estamos super familiarizadxs, tem uma conotação de desprezo que pode ser capaz de acabar com nosso dia e a nossa semana.Portanto, embora não seja uma situação exclusivamente nossa, peço que tentem ter essa sensibilidade quando não estiverem interessadxs. O problema não é o "não", pois estamos mais que habituadxs hehehe, mas a maneira como se faz. Acho que a questão do ego de pessoas brancas que seguem o padrão de beleza hegemônico em se verem quase que automatica e naturalmente como necessariamente um ser desejado já foi trabalhada no texto.

Túllio Maia disse...

Embora eu tenha explicado que o texto foi direcionado a toda a uma categoria, apesar de ter surgido de uma experiência pessoal, foi inevitável as pessoas perguntarem sobre a pessoa que proferiu a frase e tudo mais. Continuamos amigos (acho que agora ainda mais que antes) e creio que foi um aprendizado mais que satisfatório para nós dois =]. Toda vez que me desafio a escrever sobre algo aparentemente novo, acaba gerando um efeito bacana de lançar um outro olhar para mim e para as pessoas que me cercam sobre um aspecto até então negligenciado. Isso só tem ajudado a estreitar laços nas amizades, na militância, no amor de maneira geral.
Sobre eu precisar aumentar minha autoestima: preciso! Precisamos! Tem um mundo louco lá fora ditando um monte de regra que não contempla a grande, estupenda, esmagadora maioria dos seres humanos! Quem quer que fez esse comentário, te convido a lutar ao meu lado pra criarmos um ambiente confortável a todas as contra-hegemonias.
Tem mais um ponto que foi levantado, mas que abordarei num outro momento, pois vai exigir um pouco mais de esforço e tempo para elaborar os pensamentos.

#pretoegordo

Victor Caparica disse...

Excelente argumento. Vou reler algumas vezes porque é bastante reflexão produtiva pra absorver, mas já me colocou para ponderar várias questões afins. Obrigado.

Luis Tidus Cthulhu disse...

aiiii que preguiça fera, Tulio sempre há uma tendência em confundir autoestima com o preconceito e desprivilegio estruturado. Ninguém que sofre ou pelo menos gastou um pouco da sua existência para estudar seus irmãos (humanos!) sabe o que é isso. Toda vez que o subjugado fala é para reclamar e se entende como reclamações pequenas e sem muito valor, sabe aquela tipica frase "ahh tudo para vocês é preconceito" ? ??? então.....

Eu não não concordo, ao menos no meu ponto de vista da autoestima baixa, se ela precisa ou não melhor de maneira geral isso já é uma outra questão, neste caso ,sim todos tem que melhorar. Mesmo assim, não acho que seja o caso do que você colocou aqui.

Digo isso porque é necessário entender a subjugação que vem do outro lado e entender por quê e como isso acontece é o primeiro e mais importante passo para um luta e esta luta é do valor pessoal. Acho que todos chegam em algum momento agente de pergunta.
"Acho que sou mais ou melhor do que valor que estão me dando",isto nasce de um "porque que eu tenho que ser apenas um pal grande, não posso ser outra coisa ?" E desta indagação e procura por resposta é a maior prova de autoestima que alguém pode se dar.

O depressivo em recuperação disse...

Caro Túllio Maia, eu entendo a sua revolta, mas nem todos os homens brancos são iguais. Assim como há a objetificação do homem negro (ou existem homens brancos que só interessam por negros não pelo tamanho do órgão genital, mas pela cor de pele) a recíproca também é verdadeira. Só não feche o seu coração por uma idéia política. Não vale a pena. Existem muitos homens brancos legais. :-)
Abração

Paula de Medeiros disse...

Olá, não conhecia seu blog. Esse foi o primeiro texto que li. Sou mulher, cis e branca e apesar de gorda, tenho muitos privilégios (claro que menos que ozomicisbranco). Todo esse aparato violento para a destruição da autoestima alheia me incomoda muito.
Eu li seu texto e levei uns cinco tapas na cara, pq saber o que o outro sofre não é sentir o que o outro sente e seu texto trouxe um pouco do sentimento necessário para um experiência 'melhor' de empatia. Obrigada por escrevê-lo.

Fell disse...

Eu entendo o fundamento da questão, tenho consciência de que existem mtas bichas brancas preconceituosas ou simplesmente ignorantes do mundo ao redor, etc etc. Mas esse tipo de declaração me causa mal estar porque parte de de uma frustração pessoal, de uma situação específica que aconteceu com uma (vá la, com, várias pessoas Emoticon frown )e fazer uma generalização. É bem fundamentada, mas é uma generalização. A bicha branca e linda se acha mto e pensou que a bicha preta e gorda tava sonhando em comê-la. Tudo bem, a bicha branca é sem noção, mas ela pode aprender, ela não tem culpa de toda uma sociedade ter imposto isso na sua cabeça desde que era mocinha. Confesso que um dia tive os pensamentos sem noção da bichinha branca, mas um dia mudei continuo mudando. Pretos não casam? Tudo bem, é uma situação que tem que ser debatida, da mesma força que a da mulher negra, mas não DESSA FORMA, eu acho. Afinal, um dia eu pensava igual a bichinha branca não afeminada ativa e fora do meio. Então um dia eu decidi que o meu sonho era casar com um pretinho, e é isso que eu vou fazer Emoticon grin

Bruno Moraes disse...

Prezado Túllio,

Seu texto é maravilhoso (embora trate de uma realidade difícil que, infelizmente, pessoas "como eu" reforçam que você vivencie). Tenho me exposto muito a textos como o seu, e estimulado cada vez mais minha empatia. Tenho expandido minha visão de mundo e percebido o quanto brancxs (especialmente cis e héteros como eu), mesmo que não perpetuem ativamente preconceitos, podem veiculá-los sem perceber em seus atos, em suas aspirações e visões de mundo. E isso tudo tem me ensinado muito sobre quem eu sou, e sobre o mundo horrível que eu não conheço, mas é vivenciado diariamente por LGBT's por negros, por mulheres, por pessoas de baixa condição socioeconômica, etc.

Eu quero fazer tudo o que posso, em meu âmbito pessoal e para fora dele, para destruir esse mundo horrível, e substituí-lo por um local maravilhoso onde as pessoas sejam valorizadas, amadas, desejadas por suas ideias, valores, paixões, e não por questões de etnia, padrões estéticos ou outros que não valem a pena. E textos como o seu me ajudam a aprender como. Não digo que hoje sou realmente livre dos efeitos culturais de todos os meus privilégios. Me tira o sono a possibilidade de eu nunca me livrar totalmente disso. Mas hoje estou melhor em muitos pontos e, se estou melhor, é por conta de textos como o seu, que apelam à empatia, que desenham o seu mundo e mostra àqueles que estão de fora o quanto eles podem ser responsáveis pela parte dolorosa desse mundo.

Eu estou tentando. E sei que há outrxs por aí, tentando. Obrigado por nos ajudar, e conte sempre com nossas mãos. É apenas com união e empatia que conseguiremos mudar o mundo.

Obrigado por me melhorar,

Bruno.

Pablo Danielli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Túllio Maia disse...

Pessoal, muitíssimo obrigado pelos comentários!

Com certeza estamos juntxs nessas reflexões todas que são colocadas. Não tenho respostas pra todas as perguntas que foram feitas, infelizmente.

A ideia é juntar todos esses questionamentos, sugestões e críticas e formular um novo texto. Por ora, limito-me a dizer que a luta educa. A resposta geralmente vem de um processo organizativo, de incansáveis análises de conjuntura, de infinitos planejamentos seguidos de avaliações.

Um beijo e mais uma vez muito obrigado!

Teh disse...

Hazô, adorei o texto e compartilhei com alguns amigos que amaram! Parabéns!

Rafael Lima disse...

Oi. Sou homem, branco, cis, heterossexual e magro (apesar de ter começado a ficar barrigudinho depois dos 30 anos, hehe)

Seu desabafo foi incrivelmente enriquecedor e importante para mim.

Obrigado.

Alef Bass disse...

Não acreditei quando descobri esse blog. Muito obrigado por isso. Tudo aqui me descreve e me senti muito melhor vendo que existem pessoas iguais a mim. Obrigado!

Marcelo disse...

Devo dizer que gostei muito do seu texto.
Vi também que faz mestrado em antropologia social.

Já vi alguma destas questões sobre identidade negra nas aulas de literatura, há uma identificação por minha parte para com o seu texto. Passo por muitas situações descritas em seu texto, e uma das piores questões é as identidades fragmentadas e a forma que somos excluídos em nosso próprio meio. Primeiro por ser negro, depois por ser gay e eu ainda por ser afeminado.

Ana Letícia disse...

Oi Túlio, em um dado momento do texto vc diz: "Quando reflito sobre minhas relações afetivo-sexuais com homens brancos (com mulheres teve outra conotação), consigo perceber um "que" (eufemismo detected) de abuso sentimental que acabou demarcando precisamente qual, usualmente, o papel do homem negro nessas relações: a subjugação." Gostaria de te pedir, quando tiver tempo é claro, para fazer um texto falando da sua relação com mulheres brancas, com amigas brancas, seria muito importante para mim.
Parabéns pelo texto e pelo blog.
Um bjo.

Túllio Maia disse...

Oi, Ana... Preciso refletir bastante pra não cometer gafes, soltar talvez alguma pérola machista sem perceber e etc (privilégio causa cegueira e como sou homem cis, tenho muito medo de acabar entrando no espaço de fala das minhas companheiras hehehehe)

Mas creio q será um prazer se pudermos trocar uma ideia

Beijos!

Ana Letícia disse...

Hummm, sim, entendo, não tinha pensado nisso.
Troquemos uma ideia então, no Marivas? rsrs
Um bjo

Túllio Maia disse...

Ana, é só marcar o dia hahahahaha

No Marivas parece uma ótima ;)

Unknown disse...

Adorei Túlio! E sobre o comentário da auto-estima, creio que o leitor precise melhorar seu arcabouço teórico ! Sua auto-estima é invejável e amei vc falar da opressão que sofre de maneira tão aberta e respeitosa( não que se fosse de maneira desrespeitosa não fosse legítima, mas vc tombou que nem a Karol Concá)

Unknown disse...

Tinha escrito um "textão", mas apaguei e vou ficar no "ARRASOU".

Obrigado.

Bjs

Cassius disse...

Túlio, arrasou. òtima reflexão. Só fiquei em dúvida em uma coisa.

"desejar algo além de amizade com quem tem a capacidade de formular esse tipo de pensamento é algo próximo de trair meus irmãos e primos de cor (sejam eles pretos, vermelhos ou amarelos) e, com todo o respeito: tô fora."

Não era para ter um "não" antes do "tem"? Porque antes vc lista qualidades positivas, fiquei na dúvida.

Unknown disse...

Tulio, obrigado por escrever esse texto!!!